quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

A mudança continua ...


A hora de vir ao mundo chegou!
Era tudo tão doce, tão tranquilo, que pensei que estava num sítio que me sentiria segura. Meus olhos começaram a ver algo ofuscado, mas mesmo assim conseguia aperceber-me e distinguir as coisas, mas tudo era igual… sim! As cores começaram a ser cores! Sentir o gosto e sabor de coisas tão sadias. Vozes já muitas vezes ouvidas e reconhecidas, outras nunca antes ouvidas.
Minha boca começou a fazer meneios, a fazer um som estranho, até que me apercebi que estava a falar, a comunicar. Lembro-me dos saltos, dos berros, das fitas, dos carinhos, das corridas, das brincadeiras desta época, mesmo da minha bata do infantário toda enodoada de chocolate! Tudo era simples e fácil! Mas com o passar do tempo, acontece!
Torno-me mulher, obstáculos surgem e esses agora tenho de ultrapassar sozinha. Cometo erros condenáveis, outros até obtusos, mas tudo servia de aprendizagem, no final de contas não passo de uma mera aprendiza! Estava num sítio que nunca antes tinha deslumbrado, sentido, e muito menos deambulado.
Tudo em mim desenvolve-se, meu corpo, minha mente, até meu lar. Estava em constante mudança, cada vez mais obstáculos, cada vez mais difíceis, mas sem nunca desistir. Foi então que me apercebi que o meu objectivo era lutar, para viver, não sobreviver! Que estaria eu a fazer num sítio a lutar e lutar dia e dia? Qual a razão? Estas perguntas perseguem-me todos os dias, mas sei que o tenho de fazer, de maneira a que não me calquem! Usam-me! Utilizam-me para proveito próprio! Foi então que me deparei com pessoas que calcam outras para subir, outras que dão tudo por pessoas que nem conhecem, outras só dão valor ao que têm depois de a perderem, outras, que crescem com os seus erros, outras maldosas, arrogantes e egoístas. Se calhar até possuiu algum destes defeitos ou qualidades como quiserem dizer ou identificar …. Mas…. Mas não me importa!
Eu estou em constante mudança, todos os dias tenho mais uma coisa e deixo de ter outra. Pensava que tudo girava à minha volta, que eu tinha problemas que ninguém poderia ter, mas enganei-me! Eu não sou cega! Eu não tenho doenças! Eu não morro á fome! Eu tenho uma família e sou amada por ela! O que importa mais? Dinheiro? Sim preciso para sobreviver, mas não é o que me torna uma pessoa melhor, mas sim com quem estou, o que faço, como magoar uma pessoa sem me aperceber, entre muitas mais coisas. Afinal a razão de estar aqui não é uma pergunta! Começa a ser uma resposta, uma ajuda, uma pista ou até um conselho. Mas uma pista para quê? É um jogo? Não! É uma vida! E nela reparei que tudo que era importante deixou de ter importância. Que o que realmente é importante eu consigo ter! Sei que continuarei em mudança… a mudança faz-me bem!
E tudo que me importa é que eu esteja bem e quem eu mais amo também, o resto terei respeito e consideração, mas nem para todos, pois na verdade não confio no que dizem mas no que vejo...


Sara pinto
26041

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